Antônia Maria da Silva, de 64 anos, recebeu o RGI de sua casa, em Paciência. Foto: Marco Antônio Rezende
“Na minha casa eu faço tudo. Lavo banheiro, troco roupa de cama, preparo a comida e ainda bato bolo”. Antônia Maria da Silva enumera com satisfação as tarefas que desempenha no dia a dia, e não é para menos. Cega há 16 anos, após um acidente de trabalho, cuidar do lar tem sido sua principal atividade e, acreditem, aos 64 anos ainda faz tudo isso com bom humor. E sabem o motivo? Maria cuida de tudo com capricho porque vive num imóvel próprio: ela é um dos mais de 11 mil beneficiados nesta gestão da Prefeitura do Rio com o Registro Geral de Imóveis (RGI).
– Minha filha me inscreveu no Minha Casa Minha Vida em 2006. Fui sorteada em 2012 e, desde então, moro no Condomínio Zaragosa, em Paciência. E, agora, sou dona do meu imóvel, estou realizada – comemora Maria, que viveu em Antares e por mais de 20 anos viu a violência batendo à sua porta. – Uma vez, uma bala de fuzil entrou na minha sala. Eu adoeci, tomava remédios para conseguir conviver com os tiroteios. Agora é tudo diferente.
Com o RGI em mãos, Maria só lamenta que o marido, falecido em maio, não tenha visto a realização da casa própria:
– Foram 41 anos casados. Mas Deus levou ele. E eu estou aqui para honrar a nossa casa.
Desde o início da atual gestão municipal, 11.122 famílias de baixa renda (ou 43.723 pessoas) receberam o documento de propriedade de seus imóveis e realizaram o sonho da casa própria. A previsão, até o fim do governo, é que essa conta chegue a 25 mil famílias (cerca de 100 mil pessoas) beneficiadas com o documento.
