A Prefeitura do Rio deu início no dia 12/09 às obras de construção da Fábrica do Samba Rosa Magalhães. Localizado na Rua Francisco Eugênio, próximo à antiga Estação Leopoldina, na região Central da cidade, o espaço de 28 mil metros quadrados contará com 14 galpões para abrigar as Escolas de Samba da Série Ouro.
Uma praça de eventos com palco, ciclovia, quiosques, áreas de estar e prédio administrativo também estão inclusos. As obras serão realizadas pela Empresa Municipal de Urbanização, a Rio-Urbe, e custarão cerca de R$156 milhões. A previsão é que os serviços sejam concluídos em um ano e oito meses, ou seja, para o carnaval de 2027.
– É uma obra dupla. A gente faz a Fábrica do Samba Série Ouro e, além disso, implanta uma área de urbanização que vai atender a cidade também – afirma Armando Queiroga, presidente da Rio-Urbe.
Patrick Correa, presidente da Riotur, elogiou a iniciativa de construir a Fábrica do Samba e destacou a homenagem à Rosa Magalhães:
– A gente precisa ressaltar a homenagem a esse ícone do samba, que nos deixou recentemente. Vai ser mais um equipamento de turismo na nossa cidade. E viva a cultura do samba do Carnaval no Rio de Janeiro.
Para que as agremiações tenham estrutura suficiente e consigam realizar suas atividades de forma organizada, cada um dos 14 galpões contará com oficinas de pintura e resinagem, ateliês de costura e depósito de fantasias, adereços e esculturas, além de área para modelagem dos carros alegóricos. Os prédios serão equipados com elevador de carga para o transporte de até uma tonelada, elevador social, refeitório, banheiros, vestiários, setor administrativo e sistema de combate a incêndios.
O térreo funcionará como garagem para os carros alegóricos das escolas de samba e o primeiro pavimento abrigará o refeitório. O segundo pavimento é destinado à confecção de fantasias e adereços, enquanto na cobertura serão instalados domus de iluminação e ventilação para melhorar a circulação de ar dentro dos galpões. A área construída será de 1,8 mil metros quadrados.
Cada galpão poderá receber quatro carros alegóricos e as estruturas, segundo Queiroga, “têm uma pegada de sustentabilidade”.
– Todas as fachadas dos galpões têm ventilação com venezianas, gerando economia. Também na cobertura, que possui iluminação natural – explica.
Ele destaca ainda a instalação de placas fotovoltaicas, gerando energia elétrica para o empreendimento.
A Fábrica do Samba também terá uma ciclovia, palco para apresentações, quiosques, áreas de estar e prédio administrativo.
Guilherme Schleder, secretário municipal de Esportes, exalta a criação da Fábrica do samba e lembra que outras secretarias contribuem para a grande festa dos desfiles das escolas. Ele destaca o projeto chamado Samba Pass, que dá cursos de passistas, porta-bandeira e mestre-sala na Vila Olímpica da Gamboa:
– Esses cursos deixam a galera aquecida durante o ano para fazer um carnaval maravilhoso – diz.
Presidente da São Clemente, Renato Almeida Gomes não disfarçava a satisfação com a criação da Fábrica do samba:
– É uma coisa muito importante para o carnaval. E o nome é uma escolha acertada: Rosa Magalhães foi importantíssima para o Carnaval de todas as escolas. Ninguém tinha nada, nem um barracão. Agora vamos ter o nosso, como a Cidade do Samba.
– É um momento histórico para a Série Ouro. Nosso espetáculo vai engrandecer muito além do que já é hoje – afirma Hugo Júnior, presidente da Série Ouro
Revitalização avança em direção ao eixo da Avenida Francisco Bicalho
O secretário Municipal de Coordenação Governamental, Jorge Arraes, lembra que a Fábrica do Samba faz parte do planejamento para desenvolver a região da Leopoldina.
– Essa obra está dentro do masterplan que a gente desenhou para a Leopoldina, que vai envolver a vinda do VLT, construções de residências, equipamentos públicos de saúde e de educação, a escola de circo. É uma área bem localizada, estratégica para o desenvolvimento da operação urbana do Porto Maravilha e com grande potencial construtivo para receber esses equipamentos.
A revitalização da região central da cidade avança na Zona da Leopoldina, também com a conclusão das obras na Avenida Francisco Bicalho, na Praça Marechal Hermes e na Rua São Cristóvão. Circulam diariamente pela Francisco Bicalho mais de 300 mil pessoas, além dos passageiros do Terminal Intermodal Gentileza (TIG), que já ultrapassam os 75 mil por dia.
O entorno, com os lançamentos imobiliários, já soma mais de 9 mil unidades residenciais lançadas – com mais de 80% delas já vendidas. Um dos blocos que compõem o primeiro residencial da região, o Rio Wonder, com 470 unidades, já foi entregue.
A previsão de entrega das duas outras torres é para outubro deste ano, totalizando 1.224 unidades. São esperados mais de 27 mil novos moradores para o entorno da Avenida Francisco Bicalho nos próximos três anos.
Números da Fábrica do Samba
– 14 galpões de 720 m2 cada
– Três andares
– Capacidade para construir quatro carros alegóricos simultaneamente
– Pé direito de 15 metros
– Custo de R$ 156 milhões
– 20 meses de obra
– Pegada sustentável com: placas fotovoltaicas e domus de iluminação (entrada de ventilação e de luz natural)
– Área de urbanização de 14 mil m2 com ciclovia, praça de eventos, via para pedestres e oito quiosques
– Oito quiosques estilo contêineres de 14m2 cada.