Sônia Maria Coelho, de 65 anos, morava no Morro de São Sebastião, em Realengo. Hoje ela recebeu o documento que lhe assegura a propriedade do imóvel onde vive no Condomínio Ferrara, em Campo Grande, também na Zona Oeste.
– Tudo aqui é prova de que tudo é possível. Só Deus sabe como eu vivia: não tinha esgoto, e para subir com compra era um sacrifício. Hoje não tem nem como comparar. Só agradecer a vocês – contou.
A família de dona Sônia é uma das 223 beneficiadas nesta quarta-feira, 23 de outubro, com a entrega do Registro Geral de Imóveis (RGI), feita pelo prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella. Desde o início da atual gestão municipal, 11.122 famílias de baixa renda (ou 43.723 pessoas) receberam o documento de propriedade de seus imóveis e realizaram o sonho da casa própria. A previsão, até o fim do governo, é que essa conta chegue a 25 mil famílias (cerca de 100 mil pessoas) beneficiadas com o documento.
– O RGI é importante, pois é o mesmo documento que uma madame em Ipanema, na Vieira Souto, na Zona Sul, tem. Isso não tem dinheiro que pague – afirmou Crivella.
Proprietários de fato
Atendendo a reivindicações, o prefeito determinou estudos para a instalação de academias para idosos no Ferrara e nos dois condomínios vizinhos, Treviso e Terni, além de reforma de áreas de lazer e quadras esportivas.
– Até ontem, nós só morávamos, mas sem a certeza de sermos donos do imóvel. Hoje, somos proprietários de fato – agradeceu Liziane Santana, de 39 anos, filha de Maria Santana, de 83 anos, moradora do bloco 16. Liziane disse que a família, que antes morava em uma área violenta da comunidade de São Sebastião, em Realengo, hoje vive feliz no Condomínio Ferrara.
O aposentado Jorge Carlos, de 66 anos, é outro beneficiado que disse ter saído “do inferno para o céu”.
– Morava numa área sem saneamento e sob fogo cruzado, na Favela São José Operário, em Jacarepaguá. Estou no paraíso e, agora, morando em teto próprio – justificou.
O Condomínio Ferrara, inaugurado em 2011, tem 262 unidades, distribuídas em 61 blocos de casas. Os beneficiados foram reassentados após remoção de áreas de risco ou são vítimas de desabamentos, deslizamentos ou temporais.
Na atual gestão, já foram entregues cerca de nove mil moradias construídas pelo Minha Casa Minha Vida, ajudando a realizar o sonho de 35 mil pessoas que vivem na cidade do Rio.
Saiba mais sobre o Minha Casa Minha Vida
Há duas formas de participação no programa: por reassentamento ou por sorteio, quando o candidato se inscreve para ser contemplado com o imóvel. O valor da prestação varia de R$ 80 a R$ 270 mensais.
Os interessados devem ter mais de 18 anos e se inscrever na Rua da Constituição 34, Centro. Para a adesão é preciso apresentar a documentação original do titular do cadastro e do cônjuge, se houver. Os documentos são: carteira de identidade, certidão do registro civil, CPF, comprovante de residência, contracheque ou comprovante de benefícios que prove renda e certidão de nascimento de filhos menores de 18 anos.
Podem participar do programa pessoas que não têm casa própria ou financiamento habitacional em qualquer localidade do Brasil e que nunca foram beneficiadas por programas de habitação social do governo.