Historicamente, as mulheres carregam consigo o enorme peso de desempenhar diversas funções e tarefas no dia a dia. E essa realidade, que ainda persiste em existir em pleno século XXI, tem cobrado um preço bastante alto delas, principalmente quando o assunto é saúde.
Essa e outras questões foram debatidas na manhã desta quarta-feira, 13/03, na palestra “Super heroína ou sobrecarregada? A saúde da mulher empoderada”, organizada pela Secretaria Municipal de Infraestrutura no auditório do Centro Administrativo São Sebastião, sede da Prefeitura do Rio de Janeiro. O encontro contou com a participação da secretária Jessick Trairi, de servidoras e colaboradoras da pasta e seus órgãos vinculados, e foi ministrado pela psicanalista Pamella Gualter.
“O objetivo desse encontro é proporcionar um momento de reflexão. Nós, mulheres, estamos acostumadas a carregar um grande peso nas costas que coloca a nossa saúde em risco. Discutir esse assunto é, também, buscar soluções para que essa sobrecarga de papéis diminua e possamos ter mais qualidade de vida”, afirmou a secretária Jessick Trairi.
A sobrecarga física e mental é um enorme desafio quando o assunto é a saúde das mulheres. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), uma em cada cinco apresenta algum tipo de transtorno mental, sendo a depressão uma delas. “Isso é mais do que o dobro de mulheres em relação aos homens com a mesma doença”, destacou Pamella Gualter, que também é empreendedora, escritora e mãe de três filhos.
Esse fenômeno que afeta tantas mulheres acontece tanto no ambiente doméstico, como no profissional. De acordo com a ONG Think Olga, 45% das mulheres brasileiras possuem diagnóstico de ansiedade, depressão ou outros tipos de transtornos. O estudo ainda mostrou que 86% das mulheres consideram ter muita carga de responsabilidades: “Preocupações financeiras, sobrecarga de trabalho doméstico e jornada excessiva de trabalho estão entre os principais fatores que levam às mulheres ao esgotamento,” completou a psicanalista.
Mas, como equilibrar essa balança que parece cada vez mais pesada e desequilibrada para as mulheres? Para Gualter, a resposta para esse pergunta passa por uma série de questões que envolvem equidade e justiça social. “Saúde mental é segurança alimentar, acesso à cultura e lazer. É, também, rede de apoio e uma boa terapia. E isso tudo só é possível ter com remuneração justa e justiça social para as mulheres. Isso que é, verdadeiramente, o empoderamento feminino”, concluiu.